Anfíbios anuros: DESTRUIÇÃO AMBIENTAL E CONSEQÜÊNCIAS NA COMUNIDADE DE ANUROS

Em vista da limitação que sofre por causa de sua pequena mobilidade, conclui-se que os anuros são animais altamente sujeitos aos danos da destruição ambiental, pois a modificação de um determinado ambiente como uma lagoa ou brejo poderá facilmente matar vários indivíduos de uma ou várias espécies, inclusive vir a causar a extinção de alguma espécie endêmica, ocasionando assim uma verdadeira catástrofe ecológica, muitas vezes nem percebida por se tratar de animais pouco conhecidos e diminutos.

Daí porque os anuros, em geral, estão mais expostos às depredações e alterações ambientais, do que outros animais cuja mobilidade maior permite que se locomovam com agilidade, rapidez e com autonomia suficiente para alcançar lugar seguro, inclusive atingir habitat semelhante ao seu para tentar sobreviver.

Deve-se observar, ainda, que entre os anuros há espécies mais especializadas, isto é, espécies que tem necessidade de ambientes determinados para sobreviver, e dessa forma possuem menos facilidade de adaptação, o que pode levá-los a desaparecer com mais facilidade ante as modificações de sua área específica.

A poluição tem drástica influência sobre os anfíbios, os quais são muito sensíveis, pois sua pele absorve a umidade do ar. A chuva ácida e invisível tem trazido alterações em populações de anuros, conforme observamos no Parque Nacional do Itatiaia (RJ), onde as indústrias do Vale do Paraíba expelem toneladas de resíduos tóxicos no ar que são levados pelas correntes aéreas até as montanhas da reserva onde se acumulam e posteriormente caem com as chuvas locais (conf. informações pessoais do Prof. Hélio Gouveia ). Inclusive algumas espécies anteriormente abundantes na região outrora, não são mais encontradas agora.

Também o desconhecimento por parte da população sobre os anuros faz com que eles sejam alvos das mais drásticas repulsas e extermínios. Só para se dar alguns exemplos vemos que é comum a limpeza em excesso em volta das casas de campo com destruição de pequenas plantas nativas, e ainda ”  a limpeza por baixo ”  da floresta para que fique igual a um jardim, e mesmo um desnecessário aterro de brejos, tudo em prol de evitar a presença dos ” indesejáveis e repugnantes ”  sapos, pererecas e cobras.

Estas atividades danosas ao meio ambiente que parecem comum ao homem são muitas vezes totalmente desnecessárias, e quando praticadas atingem drasticamente os anuros.

Também o desconhecimento sobre o mecanismo de defesa de secreções tóxicas dos anuros, servem como mais um fator de sua perseguição, gerando alterações no meio ambiente com o propósito de evitar a sua presença perto do homem. Dessa forma, estes fatores vem gerando alterações ambientais propositadas, ocasionando o extermínio de muitos anuros, e até bem provavelmente de espécies ainda não conhecidas e descritas pela ciência, bastando lembrar que a Mata Atlântica do este, sudeste e sul do Brasil está se extinguindo sem que se tenha noção exata de toda a sua esplêndida biodiversidade.

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Antonio Silveira: última atualização (org.texto): 09/11/2011

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